Informações:
O livro que traz o conto de Turin e Niënor, Os filhos de Húrin na forma mais completa que se foi possível construir a partir de manuscritos deixados por J. R. R. Tolkien. Todo o texto foi organizado pelo filho mais novo do autor Christopher Tolkien, assim como foi feito em O Silmarillion e em outras publicações póstumas do autor. O livro foi publicado em 2007, no exterior e aqui no brasil em 2009, sendo uma das publicações mais recentes das obras de J. R. R. Tolkien.
Resumidamente pra quem não conhece, o conto relata a história de Húrin e
sua família, mas principalmente sobre Túrin, seu filho. Húrin é um dos
maiores guerreiros humanos de antigas eras, ele é aprisionado por
Morgoth e amaldiçoado por se recusar a trair os elfos. Acorrentado de
forma mágica a uma cadeira num alto pico, é forçado cruelmente a
assistir a todos os males que se abateram sobre a sua própria família. O
seu filho, Túrin, faz jus à memória do pai, mas ao longo das suas
inúmeras batalhas, tragédias marcam todas as suas ações e todos os que o
amam.
Nesta obra é apresentado uma versão mais longa do conto apresentado no Quenta Silmarillion, e também mais completa do que a apresentada em Contos Inacabados, preenchendo diversas lacunas na narrativa com trechos que foram omitidos da publicação de 1980. Assim como dito por Christopher Tolkien nos apêndices do livro, este feito só foi possível após uma melhor compreensão do labirinto de rascunhos e notas deixados por seu pai. É garantido por ele que não foi acrescentado nenhum elemento de “invenção”, por mais insignificante que seja, sendo todo ele constituído de escritos originais.
Nesta obra é apresentado uma versão mais longa do conto apresentado no Quenta Silmarillion, e também mais completa do que a apresentada em Contos Inacabados, preenchendo diversas lacunas na narrativa com trechos que foram omitidos da publicação de 1980. Assim como dito por Christopher Tolkien nos apêndices do livro, este feito só foi possível após uma melhor compreensão do labirinto de rascunhos e notas deixados por seu pai. É garantido por ele que não foi acrescentado nenhum elemento de “invenção”, por mais insignificante que seja, sendo todo ele constituído de escritos originais.
O livro, portanto, além do conto, possui um apêndice com textos escritos por Christopher descrevendo os detalhes sobre a composição do texto presente na obra e traz informações históricas da evolução dos grandes contos de J. R. R. Tolkien. Além disso o livro contém belíssimas ilustrações de Alan Lee.
As palavras de Húrin e Morgoth - Ilustrado por Alan Lee |
Tolkien começou a trabalhar no conto sobre Os filhos de Húrin em 1920, após abandonar por um momento a escrita em prosa na construção dos Contos perdidos (textos originais das histórias que posteriormente constituiriam O Silmarillion). O conto foi originalmente concebido na forma de um longo poema, chegando a mais de dois mil versos, porém desta forma Tolkien não conseguiu relatar todos os acontecimentos idealizados para a narrativa, prevendo ser necessário mais milhares de versos, sendo assim, esta versão foi abandonada no final de 1924.
Em 1925 ele se envolveu em um novo poema A balada de Leithian, onde é descrito a lenda de Beren e Lúthien, trabalhou nesse segundo poema durante 6 anos e o abandou depois de ter escrito mais de quatro mil versos em 1931. Durante o fim e após este período em que escrevia A balada Lithian Tolkien também trabalhava em um “esboço da mitologia” o qual foi o ponto de partida das subsequentes versões de O Silmarillion (embora não se chamasse assim nesta época). Porém a construção de “O Silmirallion” foi interrompida em 1937 pelo enorme sucesso da publicação de O Hobbit e o convite dos editores para uma continuação. Ele enviou diversos manuscritos, dentre eles o Quenta Silmarillion no ponto que alcançará até então, o que foi recusado pelos editores que queriam mais histórias sobre hobbits. Entretanto, Tolkien continua seus escritos em forma de rascunho e que foi interrompida durante a construção do conto d’Os filhos de Húrin em sua forma de narrativa. Assim Tolkien só voltou a trabalhar nas histórias dos Dias Ancestrais após terminar O Senhor dos Anéis. Os filhos de Húrin tornou-se para ele a história principal do final dos Dias Ancestrais e iniciou uma nova versão do conto. No entanto teve dificuldade de impor uma estrutura narrativa firme à medida que o relato crescia em complexidade e estava contida em uma colcha de retalhos de esboços e rascunhos de enredo desconexo.
Na minha opinião como leitor e fã das obras de J. R. R. Tolkien achei os relatos sobre Os filhos de Húrin o capítulo mais interessante presente no Quenta Silmarillion. Mesmo sabendo que o conto de Beren e Lúthien é o mais famoso e preferido do próprio Tolkien, o considero é claro belíssimo e muito importante na mitologia criada pelo autor, porém não me empolgou da mesma maneira como aconteceu quando li sobre a história de Túrin. A pesar de Os filhos de Húrin ser um conto extremamente trágico, o que deve ser dito já de inicio, pois a maldição que Morgoth lança sobre toda a família de Húrin por desafiá-lo realmente é concretizada e se você espera um final belo e feliz pode ser que se decepcione.
Desde modo, fiquei curioso em conhecer a história de Túrin Turambar além de sua versão sintetizada em O Silmarillion, não li ainda Contos Inacabados, portanto não havia lido a versão mais longa do conto. Posso lhes dizer que a obra mais recente não me decepcionou, pois traz muito mais detalhes e trechos, como a infância de Túrin, que não eram relatados em O Silmarillion. Na minha opinião, Christopher Tolkien fez um ótimo trabalho, conseguiu deixar a história fluida e sem muitas brechas. Porém, ainda assim a narrativa transcorre de maneira muito rápida, o que
dá um sentimento de que se Tolkien o tivesse terminado de maneira que
ele julgasse satisfatória para uma publicação, acrescentaria muito mais
coisas. Pois não há uma descrição tão detalhada de cenários e
personagens como estamos acostumados em suas obras, principalmente se
tratando de algo que ele continuou a trabalhar após O Senhor dos Anéis. Ainda assim, somente com a possibilidade de ler essa obra na forma mais completa que se foi possível e somado com uma edição ilustrada foi o suficiente para me ganhar.
Possuo a versão traduzida para o português publicada pela editora WMF Martins Fontes, e posso dizer que a edição está muito bonita. As ilustrações de Alan Lee completam o texto de maneira belíssima, elas estão presentes no início de cada capitulo em pequenas ilustrações e esporadicamente são apresentadas grandes ilustrações que retratam os acontecimentos mais marcantes da história.
Portanto, recomendo muito a leitura desta obra, principalmente para quem já leu O Silmarillion, para que haja um entendimento melhor dos acontecimentos da Primeira Era da Terra-Média e um conhecimento mais profundo dos personagens que se fazem presentes em Os filhos de Húrin. Por fim só tenho a dizer que concordo com a frase de Christopher Tolkien:
“Os filhos de Húrin em sua forma mais recente, é a principal ficção narrativa da Terra-média após a conclusão de O Senhor dos Anéis”.
Abraço a todos os fãs de Tolkien e visitantes do Blog da Terra-Média, até a próxima.
Autor: Alison Machado
Autor: Alison Machado
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