Esta pergunta é feita com muita freqüência aos grupos de entusiastas de Tolkien. Primeiro precisamos saber o que você quer dizer com isso.
1. Você quer adotar um nome élfico?
Esta é a alternativa mais simples. Você pode escolher nas obras de Tolkien algum personagem que lhe agrade, com o qual você se identifique, ou simplesmente cujo nome soe bem. Muitos fãs fazem isso, e adotam um epesse (“pós-nome”) como Galadriel ou Denethor.
2. Você quer ver seu nome escrito em caracteres élficos?
Esta possibilidade dará um pouco mais de trabalho. Os caracteres mais populares entre os que usam escritas élficas são os tengwar (plural de tengwa): caracteres arredondados, normalmente com sinais diacríticos sobre ou sob as letras (os chamados tehtar). Mas também é possível usar certar (“runas” élficas): são angulares e enfileirados, sem outros sinais em cima ou embaixo.
A grafia será fonética, isto é, você irá escrever o nome tal como se pronuncia. Lembre-se de que (por exemplo) o “c” pode ter diferentes sons em português (s, k), e também o “x” (ch, ks, s, z), e ainda outras letras têm sons diversos. Para representar uma palavra foneticamente com tengwar ou certar, existem diversos modos. Para a língua portuguesa, existem modos padrão, um dos quais está mostrado na figura. Caso seu nome seja estrangeiro, você poderá empregar outro modo criado para escrever uma língua humana. Veja abaixo alguns sites que poderão ser úteis.
3. Você quer traduzir seu nome para o élfico?
Esta opção é de longe a mais difícil. Saiba primeiro que não existe uma só língua élfica, mas sim toda uma família de idiomas, algo parecido com as línguas românicas, que incluem o português, o espanhol, o francês etc. Na época da Guerra do Anel, retratada em “O Senhor dos Anéis”, os elfos (e alguns homens) falavam entre si o sindarin, ou élfico-cinzento. Já o quenya, ou alto-élfico, praticamente só se empregava em poesia, mitos e outras tradições. Mas nas obras de Tolkien aparecem nomes nessas duas línguas.
Para traduzir qualquer texto – até mesmo um simples nome – não basta ter um dicionário. A gramática do idioma também tem de ser levada em conta. Desconfie dos sites que se propõem a “traduzir seu nome para o élfico” ou a “gerar nomes élficos”.
Normalmente – em especial se forem sites de RPG – as chamadas “traduções” baseiam-se em vocabulários e gramáticas bastante duvidosos. Não é tão fácil como querem fazer parecer! Alguns nomes próprios estão traduzidos com rigor lingüístico em Now We Have All Got Elvish Names <http://folk.uib.no/hnohf/elfnam.htm> e Quenya Lapseparma http://www.elvish.org/elm/names.html.
Os modos para se escrever em quenya e sindarin são diferentes. Além dos valores diferentes que essas línguas atribuem aos tengwar, o primeiro coloca o tehta da vogal sobre o tengwa da consoante que precede essa vogal; o outro faz o contrário. O Apêndice E de “O Senhor dos Anéis” é leitura obrigatória, pois fornece as informações básicas sobre os sistemas élficos de escrita. Explicações mais elaboradas podem ser encontradas no excelente site Amanye Tenceli http://at.mansbjorkman.net/.
Nas opções 2 e 3, você escreverá em caracteres élficos – tengwar ou certar conforme sua escolha. Determine os caracteres um por um, faça um rascunho – isto é sempre necessário quando não se está familiarizado com o sistema de escrita! – e depois passe à execução final. Para isso, você poderá fazer caligrafia, escrevendo à mão, ou então usar alguma das várias fontes élficas disponíveis. Cuidado: não use o teclado como se fosse escrever no alfabeto latino; normalmente a tecla A não gera um caractere élfico que corresponda ao som de “a”! Portanto, leia a documentação para obter os caracteres corretos.
Um bom guia de fontes está em Quenya101 https://quenya101.com/2013/04/04/tengwar-fonts-guide/ e páginas seguintes; pessoalmente prefiro Tengwar Parmaite, Tengwar Annatar e Tengwar Eldamar.
Não tenha pressa! Imagine que os elfos levaram milênios aperfeiçoando seus idiomas e suas escritas. Nós, mortais, às vezes queremos aprendê-los em poucas horas. Essa não é uma expectativa razoável.
Uma vez realizada a sua transcrição, consulte pessoas mais experientes em línguas élficas para que a confiram. Mas não espere que façam o trabalho por você. Afinal, só você sabe exatamente o que pretende quando se propõe a elaborar “seu nome em élfico”; as explicações acima deverão ajudá-lo nesse projeto. E no fim de contas é sempre mais gratificante ver o produto do seu próprio trabalho do que recebê-lo pronto…
Fonte: Tolkien Talk
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