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Por que Sauron e os Nazgûl não sabiam quando Bilbo usava o Anel e por que Bilbo não vê Sauron quando ele usa o Anel?


Pergunta: Por que Sauron e os Nazgûl não sabiam quando Bilbo usava o Anel?

Resposta: Alguns leitores de O Hobbit perguntam por que Sauron não enviou os Nazgûl para procurar o Um Anel quando Bilbo estava correndo pela Floresta das Trevas e Valle enquanto utilizava o Anel. Esta confusão, provavelmente, foi exacerbada pelos filmes de Peter Jackson, que fazem parecer como se Sauron soubesse todas as vezes em que Frodo usava o Anel.

Contudo, nos livros, Sauron só ficou consciente de Frodo em uma ocasião: quando Frodo sentou no Alto Trono de Amon Hen, o qual parece imbuído de “mágica Númenóreana”, ele foi capaz de inspecionar a Terra-média no que parece ser uma maneira muito incomum (Aragorn mais tarde sentou no trono e não percebeu tanto quanto Frodo). Foi somente quando Frodo permitiu que seu olhar caísse sobre Barad-dûr que Sauron teve consciência dele e imediatamente começou a procurar com algum tipo de “visão” por Frodo.
Agora, é verdade que Tolkien escreveu que os Nazgûl eram atraídos pelo Anel – ele até mesmo coloca Aragorn dizendo isso. Mas os Nazgûl não eram equipados com um radar altamente calibrado para o Um Anel e não tinham um dispositivo de busca a ele conectado. Os Nazgûl só podiam ter um senso geral sobre qual direção o Anel se encontrava até que Frodo começasse a desvanecer ou quando ele colocava o Anel.

Eles eram mais capazes de perceber o próprio Frodo do que o Anel.
Além disso, Sauron não enviou os Nazgûl para procurarem o Anel até que ele tivesse descoberto que ele havia sido, de fato, encontrado. Sauron, aparentemente, acreditava que o Um Anel havia sido desfeito ou perdido para sempre até que Gollum foi capturado e levado para Barad-dûr. Quando Sauron ouviu de Gollum que ele havia possuído o Anel por vários séculos, apenas para perde-lo para Bilbo algumas décadas antes, Sauron colocou em ação seu plano de enviar os Nazgûl para procurarem o Anel.
Primeiro, Sauron teve que preparar e montar um assalto a Gondor que permitiria aos Nazgûl cruzar o Anduin e começar sua busca. Tolkien não explica por que os Nazgûl tinham que cruzar o rio em Osgiliath (ao invés de Cair Andros ou nos Meandros), mas, de acordo com Radagast, eles estavam perguntando por “Bolseiro” e “Condado” onde quer que fossem. Talvez, eles tivessem começado a perguntar em Gondor.
Assim, o mero fato de que alguém estivesse usando o Anel – especialmente a centenas, se não a milhares de milhas de distância – era insuficiente para fazer Sauron ou os Nazgûl cientes da atividade e presença do Anel. Sauron e seus servos tinham que saber que o Anel estava sendo utilizado e eles tinham que estar relativamente próximos ao Anel para pelo menos o sentirem.
O Senhor dos Nazgûl parece ter sentido o Um Anel enquanto liderava seu exército para fora de Minas Morgul (enquanto Frodo, Sam e Gollum assistiam a passagem do exército), mas ele não estava certo do que havia sentido. Você realmente acha que ele teria continuado a atacar Gondor se ele tivesse percebido que poderia capturar o Anel e trazido para Sauron logo ali naquele momento?
O leitor não deve ficar surpreso que Sauron não pudesse simplesmente localizar o Anel sempre que alguém o estivesse usando. Isso teria tornado a história muito diferente da maneira pela qual ela se desenrolou. A surpresa e temor que Sauron sentiu ao final, quando Frodo finalmente se revelou e reivindicou o Anel para si, teriam sido deveras diminuídos se Sauron pudesse rastrear o Anel tão facilmente.
Artigo publicado originalmente em 14 de dezembro de 2011 AQUI. A tradução e publicação foram autorizadas pelo autor do artigo Michael Martinez. Tradução de Sérgio Ramos.

Pergunta: Por que Bilbo não vê Sauron quando ele usa o Anel?

Resposta: Nos filmes de Peter Jackson, toda vez que Frodo coloca o Um Anel, o público é levado a crer que Sauron está ciente dele e fala com ele. Contudo, embora eu não tenha certeza se Peter Jackson tentou explicar este aparente desvio do tema de Tolkien sobre Sauron NÃO estar ciente de Frodo, pode ser que a voz Saurônica que o público escute seja realmente o ANEL falando com Frodo. No livro, o Anel fala apenas uma vez, nas encostas da Montanha da Perdição, quando ele comanda que Gollum vá embora e nunca mais o toque.
Há apenas duas cenas no livro onde Frodo e Sauron se “conectam” enquanto Frodo está usando o Um Anel. A primeira cena ocorre quando Frodo está sentado em Amon Hen, se escondendo de Boromir. Ele olha por toda a Terra-média e, através de uma combinação do “encantamento” de Amon Hen e do poder do Anel, Frodo vê muitas coisas acontecendo ao redor do mundo (além do escopo do que uma pessoa comum veria, como quando Aragorn senta no trono pouco tempo depois). Quando Frodo vira seu olhar para o sul sobre Mordor, ele olha para Barad-dûr e Sauron se torna consciente dele:
Logo já estava no topo do Amon Hen, e parou, tomando fôlego. Enxergou, como se através de uma névoa, um círculo amplo e plano, com um pavimento de lajes enormes e cercado por um parapeito em ruínas. No centro, instalada sobre quatro pilares esculpidos, estava uma cadeira alta, à qual se chegava por uma escada de muitos degraus.
Subiu e sentou-se na antiga cadeira, como uma criança perdida que tivesse escalado o trono dos reis das montanhas.
No início, conseguiu ver pouca coisa. Parecia estar num mundo de névoa no qual só havia sombras: o Anel agia sobre ele. Então, aqui e ali a névoa cedeu e ele viu muitas imagens: pequenas e nítidas como se estivessem sob seus olhos numa mesa, e ao mesmo tempo remotas. Não havia sons, só imagens claras e vívidas. Parecia que o mundo tinha encolhido e silenciado. Ele estava sobre o Trono da Visão no Amon Hen, a Colina do Olho dos homens de Númenor. Ao Leste, examinou as terras selvagens que não estavam nos mapas, planícies sem nome, e florestas inexploradas.
Olhou para o Norte e o Grande Rio jazia como uma fita embaixo dele; as Montanhas Sombrias se erguiam pequenas e rígidas como dentes quebrados. No Oeste viu as pastagens largas de Rohan, e Orthanc, o pináculo de Isengard, como um ferrão preto. Olhou ao Sul, e bem abaixo de seus pés o Grande Rio se enrolava como uma onda enorme e se jogava sobre as cachoeiras de Rauros num abismo de espuma; um arco-íris brilhante brincava na fumaça. E viu Ethir Anduin, o grande delta do Rio, e milhares de pássaros marinhos rodopiando como uma poeira branca ao sol, e debaixo deles um mar verde e prateado, encrespando-se em linhas intermináveis.
Mas em todo lugar que olhava, via sinais de guerra. As Montanhas Sombrias se agitavam como formigueiros: orcs saíam de mil tocas. Sob os galhos da Floresta das Trevas havia contendas mortais entre elfos e homens e animais cruéis. A terra dos beornings estava em chamas; uma nuvem cobria Moria; fumaça subia das fronteiras de Lórien.
Cavaleiros galopavam sobre a relva de Rohan; de Isengard jorravam lobos.
Dos portos de Harad, navios de guerra saíam para o mar; e do Oeste saíam homens sem parar: espadachins, lanceiros, arqueiros, carruagens levando líderes e carroças carregadas. Todo o poder do Senhor do Escuro estava em ação. Então, voltando-se de novo para o Sul, Frodo viu Minas Tirith. Parecia distante e bela: com muralhas brancas, muitas torres, majestosa e linda sobre sua montanha; seus parapeitos reluziam como aço, e suas torres brilhavam com muitas bandeiras. A esperança renasceu em seu coração. Mas contra Minas Tirith erguia-se outra fortaleza, maior e mais forte.
Sentiu que seu olhar se dirigia para o Leste, sendo atraído contra sua vontade. Passou pelas pontes arruinadas de Osgiliath, pelos portões escancarados de Minas Morgul e pelas Montanhas assombradas, detendo-se sobre Gorgoroth, o vale do terror na Terra de Mordor. Lá a escuridão jazia sob o sol.
O fogo reluzia em meio à fumaça.
A Montanha da Perdição queimava e um cheiro insuportável empesteava o ar.
Então, finalmente, seu olhar foi detido: muralhas e mais muralhas, parapeito sobre parapeito, negra, incomensuravelmente forte, montanha de ferro, portão de aço, torre de diamante, ele a viu: Barad-dûr, Fortaleza de Sauron. Perdeu todas as esperanças.
E, de repente, sentiu o Olho. Havia um olho na Torre Escura que nunca dormia. Frodo sabia que ele tinha percebido seu olhar. Uma determinação feroz e ávida estava nele. Saltou na direção de Frodo, que quase como um dedo o sentiu, procurando-o. Muito em breve iria tocá-lo e saber exatamente onde estava.
Tocou Amon Lhaw. Olhou sobre Tol Brandir – Frodo se jogou da cadeira, agachado, cobrindo a cabeça com seu capuz cinzento.

É apenas sob a circunstância especial, onde Frodo está sentado em Amon Hen e usando o Anel, que ele é capaz de despertar a consciência de Sauron sobre ele. A segunda ocasião onde isto ocorre é quando Frodo reivindica o Anel para si. Sauron imediatamente sente Frodo e entende o que aconteceu.

            Assim, sempre que Bilbo usava o Anel – faltando quaisquer melhorias mágicas para ajudá-lo a olhar sobre a Terra-média, e estando despreocupado com Sauron ou suas fortalezas de Dol Guldur e Barad-dûr – não havia oportunidade para Sauron perceber Bilbo. Frodo tinha que pensar sobre Sauron ou reivindicar o Anel para si, sabendo o que ele era, em proximidade a Sauron. Bilbo estava completamente inconsciente do que o Anel realmente era ou quem o estava procurando. Assim, nunca houve uma oportunidade para Sauron perceber Bilbo ou para Bilbo perceber Sauron.

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